Programa Solidariedade a Distância em Ipaporanga, Quiterianópolis e Tamboril

A Cáritas Diocesana de Crateús e We World – GVC Onlus, iniciaram mais uma Campanha Solidariedade a Distância – SaD. Trata-se de uma importante ação de sensibilização, desenvolvimento e fortalecimento DE práticas pedagógicas que favorecem o bem-estar físico e mental das crianças e dos adolescentes atendidos/as de 20 escolas dos municípios de Ipaporanga, Quiterianópolis e Tamboril.

Em 2021, a Campanha tem como tema: “Bem Viver para a vida ser sempre mais, Água, Vida e Saúde, por um planeta sem Covid-19”, tendo como objetivo colaborar com a superação das consequências da pandemia no retorno das aulas presencias, através de ações desenvolvidas com toda comunidade escolar. Entre as ações mais importantes importante merecem destacar as oficinas de ludicidade com professores/as, as de contação de História e Roda de Conversa com crianças e adolescentes das escolas e a Oficina de Saúde Preventiva com pais, mães e responsáveis dos/as estudantes.

Outra importantíssima ação da Campanha SaD 2021, é a distribuição de 4.000 kits com material pedagógico contendo: lápis de escrever, borracha, apontador, lápis de cores, jogos educativos (quebra-cabeça e jogo da memória), cartilha e mochilinha; e materiais de prevenção à COVID-19: máscaras e álcool em gel, para colaborar com a higienização dos espaços e manter o ambiente escolar livre do vírus, e as crianças protegidas.

A Campanha já foi iniciada com sucesso nos municípios de Ipaporanga e Quiterianópolis, onde está contando com a parceria das Secretarias Municipais de Educação, Gestões e Comunidades Escolares. Durante o mês de setembro atividade já foi realizada em 10 escolas, com a participação de um número significativo de crianças, adolescentes, pais, mães e responsáveis. De acordo com a Maria Josenôra Lourenço Barroso de Sousa, professora da EEF Macaro Jorge Soares: “A Campanha SAD é um momento riquíssimo, pois traz muitos benefícios. Eu, na função de professora desta escola, me sinto lisonjeada por fazer parte da Escola que é beneficiada com esse projeto”.

Secretaria de educação de Poranga desenvolve projeto para combater a violência contra a mulher

O crescente numero de femenicídios no nosso território motivou Ana Amélia Rodrigues Soares da Silva, professora e técnica de ciências humanas da Secretaria de Educação de Poranga, a desenvolver o projeto “Maria Maria – Uma luta diária”, com objetivo de abordar as violações contra a mulher.

A iniciativa iniciou em março como homenagem ao mês das mulheres, e o encerramento tinha que acontecer naquele mesmo mês. Porém, Amélia teve um olhar mais profundo, e se baseando no que tinha aprendido nas formações do Projeto Contexto, decidiu escrever um projeto para ser apresentado às comunidades escolares do município.

O trabalho foi focado em disseminar informações junto aos estudantes de todas as escolas de Poranga, o que incluíam os Anos Finais, sobre temas como igualdade de gênero, respeito e direitos das mulheres, etc. Ao longo da pandemia, as atividades têm acontecido de forma virtual, e os alunos e alunas que não têm acesso à tecnologia puderam participar com o auxílio de material paradidático impresso.

“O projeto ‘Maria, Maria Uma luta diária’ começou de forma diferenciada. A sensibilização feita por Ana Amélia diretamente com os professores da área, a abertura para sugestões e todas as propostas e a importância da temática nos entusiasmou e nos fez sentir parceiros da ação”, relata a professora Maria José da escola EMEB Itelvina Silvina de Pinho.

A ideia do projeto, revelou a coordenadora Ana Amélia, surgiu depois de dois feminicídios que aconteceram, neste ano, no município de Poranga, eventos que abalaram tremendamente toda a comunidade. “Tive medo só em imaginar que a próxima vítima poderia ser uma pessoa querida. O nosso trabalho é para que as mulheres saibam se impor, conheçam as leis que as protegem e que não tenham receio de ser quem são ou querem ser”.

A professora Maria José falou sobre o seu envolvimento profissional e emocional com o trabalho: “A possibilidade do tema para conectar os debates com os espaços vividos pelos alunos permitiu fazer um trabalho que fosse além das questões cognitivas. Conseguimos adentrar no social, no socioemocional e no familiar, pois as aulas foram palco de muitos relatos que me permitiram ajudar os adolescentes, bem como as famílias que não percebiam os fatos ocorridos com as meninas e os meninos”.

O projeto foi uma realização da Secretaria de Educação do município de Poranga e foi desenvolvido durante o primeiro semestre deste ano. No segundo semestre as comunidades escolares irão discutir nas salas de aulas o tema da consciência negra, resgatando a iniciativa para sensibilizar os alunos e as alunas sobre o papel da mulher negra na sociedade brasileira.

Por Angelica Tomassini, comunicadora popular da Cáritas Diocesana de Crareús

CULTURA DA PAZ: UM NOVO OLHAR NAS RELAÇÕES ESCOLARES PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

O novo projeto “Escolas de Paz, Direitos das Crianças”, iniciado pela Cáritas Diocesana de Crateús e pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, com o apoio financeiro do Fundo Estadual dos Direitos das Crianças e Adolescentes, visa a promoção da cultura de paz, da justiça restaurativa e da mediação de conflitos através de práticas que incentivem a sensibilização e a formação da comunidade escolar sobre o uso da comunicação não violenta para resolver divergências intraescolares.

A ação beneficia diretamente 3.100 pessoas entre alunos e alunas, educadores, funcionários e gestores de 09 escolas públicas localizadas em 05 municípios do Sertão de Crateús, além de atingir indiretamente as famílias que mantêm os/as estudantes nas escolas beneficiárias, ou seja cerca de 10 mil pessoas. “Acreditamos em um trabalho que será desenvolvido com o objetivo de cuidar de si e do outro, de forma restaurativa, mediada com uma comunicação não violenta, e de vivência de círculos de paz.” relata Maria Arlene Gomes Batista, técnica da Secretaria Municipal de Educação de Crateús, uma das parceiras locais do Projeto.

Aprender a lidar com os conflitos escolares de forma positiva é essencial para o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis e de um ambiente escolar harmonioso, pois as divergências em si não são boas ou ruins, apenas naturais da condição humana. “Através do diálogo pacifico poderemos colaborar para aumentar a consciência emocional, a compreensão das relações saudáveis, a saúde mental das nossas crianças e adolescentes, auxiliando assim o empoderamento deles e delas na perspectiva de que sejam líderes em suas próprias vidas.”, afirma Maria Arlene.

METODOLOGIA DO PROJETO

A metodologia a ser aplicada está pautada nas estratégias de promoção da cultura de paz, da justiça restaurativa e da mediação de conflitos. Serão desenvolvidas atividades envolvendo educadores(as), alunos(as) e familiares de alunos(as), além de mobilizar as comunidades escolares e outras forças sociais para gerar uma consciência sobre a importância de se debater e propor políticas públicas que promovam a Cultura de Paz como parte da Educação Escolar.

CULTURA DA PAZ

Os conceitos da não violência e das práticas restaurativas preveem o uso de diferentes ferramentas que possibilitam a criação de um espaço de diálogo, contribuindo de forma efetiva a resolução de tensões, permitindo assim, a integração e o bem estar da comunidade. A criação de relacionamentos saudáveis é o reconhecimento de que a saúde social e emocional é vital para viver na melhor forma dentro da sociedade, e tanto os alunos(as) como os professores(as), florescem quando se sentem aceitos e respeitados por aqueles com quem convivem.

A ideia que inspira o Projeto é a possibilidade da Construção da Paz, que será resultado das aprendizagens e da prática do diálogo. Espera-se que as estratégias do Projeto capacitem as comunidades escolares para a geração de um ambiente prazeroso, não livre de conflitos, mas evitando que modos diferentes pensar e de viver não sejam razões para a discriminação ou para a violência, mas sinais da riqueza do ser humano, que pode aprender a beleza da diversidade.

Por Angelica Tomassini, comunicadora da Cáritas Diocesana de Crateús e Raimundo Clarindo, agente Cáritas e responsável da execução do Projeto Escolas de Paz, Direitos das Crianças

Grupos de trabalhos municipais: em defesa de uma educação contextualizada

Os projetos SAD e Contexto estão realizando reuniões com os Grupos de Trabalhos Municipais. Hoje (23), a reunião foi feita com o município Pedra Branca e, na quinta (18), a reunião foi com o município de Ipueiras. As duas reuniões tiveram como objetivo definir estratégias de articulação política para apresentar um projeto de lei que regulamente a Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido nos dois municípios.

Como encaminhamento, os Grupos de Trabalhos Municipais de Ipueiras e de Pedra Branca realizarão um estudo da minuta do projeto de lei do município de Ipueiras e, com base nesse estudo, fará adequações e atualizações na estrutura da minuta do Projeto de Lei. Além disso, o Grupo planejará e articulará uma data para realização de sessão de apresentação do projeto de Lei à Câmara Municipal de Vereadores e promoverá um diálogo com o Poder Executivo sobre o Projeto de Lei e encaminhamentos à Câmara Municipal de Ipueiras e de Pedra Branca.

Os representantes das escolas de Balceiro e Livramento, sindicato dos trabalhadores/as rurais, escola família agrícola de Ipueiras, secretaria de educação municipal, além do vereador Ailton Lopes e a vice-prefeita Idalva Martins participaram da reunião. Já em Pedra Branca, a reunião contou com a participação de um representante da escola-piloto, da Secretaria de Assistência Social, do sindicato dos trabalhadores e trabalhadoras rurais e de Francieuda Oliveira, Secretária de Educação do município.

Por Marcelle Honorato, assessoria de comunicação da We World GVC Brasil

Projetos Políticos Pedagógicos de escolas do semiárido são qualificados segundo inspirações da Educação Contextualizada

A Cáritas Diocesana de Crateús, através do Projeto Contexto, está promovendo um processo de formação sobre Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs) em escolas do semiárido cearense. A iniciativa está sendo desenvolvidada em parceria com 20 Secretarias Municipais de Educação, envolvendo diretamente 51 escolas e contribuindo para que as escolas acompanhadas pelo projeto possam incorporar em seus PPPs, os princípios da Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido como diretrizes para suas práticas e vivências pedagógicas na realização de sua Missão.

Qual a importância do PPP 

A qualificação dos PPPs tem sido uma estratégia desenvolvida pelo Projeto Contexto por considerar a sua fundamental importância para a promoção de uma educação de qualidade. Isso porque,  é a partir dos Projeto Político Pedagógico que a escola pode e deve, definir o caminho a ser percorrido para alcançar a educação pretendida, de acordo com o contexto no qual ela está inserida e com o objetivo de criar as condições favoráveis para as aprendizagnes significativas, a autonomia e emacipação dos e das educandas; a qualificação no nível das relações sociais; a promoção da cidadania e consequentemente, a evolução sustentável nas dimensões: política, econômica, sociail, ambiental e cultural do contexto das pessoas.

Frutos

Depois de muitas oficinas, leitura, análise de PPPs e dialogando com as equipes das escolas, já foi concluído o processo com 15 escolas, e outros tantos estão em processo de finalização. A meta do Projeto Contexto é  qualificar no mínimo 51 PPPs para que as escolas possam continuar firmes no desenvolvimento de uma educação de qualidade, contextualizada com o semiárido. Assim como na escola EMEF José Martins da Costa, do município de Piquet Carneiro/CE. Segundo Ana  Paula Azevedo de Lima, Coordenadora Pedagógica da escola, a qualificação do PPP Contextualizado é importante porque considera as vivências do alunado, trazendo a realidade dos mesmos para dentro da escola: “Esse trabalho com o PPP ensina e mostra a importância de conhecer o nosso lugar, nossas raízes e nossa cultura, valorizando e aprendendo a se relacionar com os desafios do nosso Semiárido”, destaca Ana Paula. 

Perspectivas e ensinamento

De acodo com a equiepe pedagógica da Cáritas de Crateús, responsável pelo  acompanhamento das escolas na atualização dos PPPs, o processo de elaboração e/ou atualização do PPP é e precisa ser assumida por cada escola, com a equipe pedagógica  que analisa as experiências passadas, presentes e futuras, identificando o caminho desejado através de concepções e teorias que inspiram a prática pedagógica da escola e dos princípios que norteiam as decisões. Através deste processo, a comunidade escolar rompe com a lógica perversa em que a educação é pensada por quem (em geral) não pisa no mesmo chão em que pisam as famílias dos educandos e das educandas.

Por Por Equipe Pedagógica do Projeto Contexto