Fiocruz apresenta projeto de pesquisa sobre a saúde na colônia Z-58 de Novo Oriente em parceria com a Cáritas de Crateús

No dia 11 de Junho os pesquisadores da Fiocruz, Vanira Matos Pessoa e Fernando Ferreira Carneiro visitaram a colônia Z-58 de pescadores e pescadoras em Novo Oriente, para apresentar um projeto de pesquisa no âmbito da promoção da saúde entre as categorias mais invisibilizadas dos povos da água e do campo.

 

Os municípios envolvidos neste projeto são quatro, dois no interior do sertão e dois no litoral: Novo Oriente, Apodi, Fortim e Icapuí.

Nesta fase inicial do projeto, a equipe multidisciplinar da Fiocruz realiza rodas de conversas com os pescadores\as e os agricultores\as de cada município, com o objetivo de construir juntos as principais linhas de pesquisa, tendo em consideração as instâncias destacadas, no caso de Novo Oriente, pelos pescadores sobre as doenças relacionadas a vida da pesca artesanal nos açudes.

Parceria com a Cáritas

A Fiocruz trabalha vários eixos na área da saúde, um desses é o acesso à saúde para as populações que moram em regiões mais remotas e que não tem acesso às políticas públicas.

Os pesquisadores e as pesquisadoras já colaboraram com a rede Cáritas em outros projetos no Ceará e se encontraram com os agentes da Cáritas de Crateús durante a Assembleia dos povos das águas o ano passado. Depois daquele encontro a Fiocruz começou um caminho de parceria com a Cáritas de Crateús para construir as linhas de pesquisa junto aos pescadores e as pescadoras de Novo Oriente.

“Quando encontramos a Cáritas no Cumbe, percebemos que estava junto as pescadoras e aos pescadores colocando em pauta as necessidades delas e deles”, afirmou Vanira Matos Pessoa, pesquisadora da Fiocruz. O que aproximou as duas entidades foi a metodologia de trabalho participativo que permite uma construção coletiva das lutas.

 

“É uma parceria bem significativa que traz aprendizado para nós porque eles fazem trabalho mais social e a gente tem um método científico que não é fácil comunicar porque tem abordagem conservadora. Esse diálogo nos ajuda a aprender outras metodologias e partilhar conhecimento aqui na base, é uma possibilidade para as duas instituições  aprenderem a fazer diferente o que já fazem hoje”, concluiu Vanira.

O próximo encontro em Novo Oriente vai acontecer no dia 10 de julho, enquanto um pedagogo e um psicólogo da equipe de pesquisa irão organizar um seminário específico para homens e mulheres que visa analisar mais detalhadamente a situação de saúde dos homens e das mulheres da água.

 

Por: Berenice Rivolta e Lorenza Strano

Fotos: Berenice Rivolta

Ganhando o mundo: Agentes Cáritas apresentam ações da CDC na Itália

As experiências vividas pela Cáritas Diocesana de Crateús (CDC) nas comunidades dos territórios de Crateús e Inhamuns estão ganhando o mundo. A coordenadora da CDC, Irmã Erbênia de Sousa e o coordenador Adriano Leitão estão na Itália para participarem de diversas atividades com parceiros como a CISV e a We World Itália. O voluntário da Cáritas Raffaele Giammaria e a voluntária Marta Versaci, que são italianos, compõe a equipe Cáritas nesta jornada internacional.

No dia 25 de novembro a Irmã Erbênia participou do Festival promovido pela We World Itália no enfrentamento da violência contra a mulher. Na segunda-feira, 27 de novembro Adriano Leitão e Irmã Erbênia compartilharam com toda a equipe da We World as vivências no dia a dia da Cáritas e apresentaram ações realizadas pela instituição na busca pela bem viver das comunidades atendidas.  Ainda na segunda, em Torino na Itália, Adriano e Erbênia se reuniram com movimentos sociais e pastorais, articulados pela CISV para refletir sobre o bem viver, a organização política social e o contexto dos pescadores e pescadoras dos açudes dos territórios dos Crateús e Inhamuns.

Na manhã de terça-feira (28/11), os coordenadores da Cáritas Diocesana de Crateús participaram de um diálogo com Jovens universitários sobre a história da América Latina desde a perspectiva da Teologia da libertação e pedagogia freiriana. A conversa foi realizada na Universidade de Torino, Campus Einaudi. No mesmo dia, participaram de um jantar com uma fraternidade da CISV para discutir o contexto atual do Brasil e como é vivenciado dentro da Cáritas, por meio de suas ações, a teologia da libertação.

Nessa quarta-feira (29/11) foi realizada uma visita a Fraternidade da CISV que acolhe mulheres refugiadas e uma reunião com o setor de projetos da CISV para dialogar sobre serviço civil que envia voluntários e voluntárias para a Cáritas Diocesana de Crateús. Além disso, foi discutido o contexto do Projeto “Pescadoras e pescadores artesanais construindo o bem viver” que é executado pela Cáritas, em parceria com a CISV, Conselho Pastoral dos Pescadores e co-financiado pela União Europeia.

A coordenadora da CDC, Irmã Erbênia de Sousa e o coordenador Adriano Leitão ainda esteve no escritório da organização Associazione Italiana Amici di Raoul Follereau – AIFO em Bologna dialogando sobre possíveis parcerias, além de compartilhar as experiências realizadas por ambas organizações.

Informações: Adriano Leitão

Por Anita Dias

 

 

Pescadoras e pescadores discutem a convivência com o semiárido e os direitos na pesca artesanal

Foram seis dias de estrada, mais de 200 Kilometros percorridos, 10 municípios visitados, mais de 100 pescadores e pescadoras artesanais em formação. Estes são os números da Formação modular “Convivência com o semiárido e novas práticas de pesca: discutindo realidades e direitos”, realizada pelo Projeto Pescadoras e pescadores artesanais construindo o bem viver. O Projeto é executado pela Cáritas Diocesana de Crateús, em parceira com a CISV e o Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) e co-financiado pela União Europeia.

 A formação modular, realizada entre os dias seis a 11 de novembro, teve o objetivo de discutir e refletir com os pescadores e pescadoras sobre a situação dos açudes de cada município, a realidade da pesca artesanal nestes territórios e debater o cenário dos direitos dos e das pescadoras no Brasil. Para a pescadora do município de Quiterianópolis, Maria Audenir da Silva Massena, participar das formações é importante para informar os pescadores e pescadoras, mas também para compartir as inquietudes da categoria. “A gente se senti informado, que entendemos das coisas. Estes encontros é para unir a gente, uma pessoa não faz muito, mas uma multidão pode fazer”, afirma à pescadora.

Durante os encontros, ainda foi possível identificar problemas comuns entre as comunidades, como a demora de receber o seguro defeso e a seca dos açudes. Além disso, outros problemas foram apresentados, como a falta de articulação organizacional das comunidades e a invisibilidade das mulheres na pesca artesanal, que além de sofrerem com a invisibilidade também sofrem preconceito e são desacreditadas quando dizem que são pescadoras.

A Formação modular “Convivência com o semiárido e novas práticas de pesca: discutindo realidades e direitos” foi ministrada pela educadora popular da CPP Camila Batista. Os municípios que receberam a formação: Auiaba, Arneiroz, Parambu e Tauá,  Tamboril, Nova Russas, Quiterianópolis, Independência, Novo Oriente e Crateús.

Por: Anita Dias

Fotos: Anita Dias e Marciel Melo

Pescadoras e pescadores artesanais construindo o bem viver

 

 

O projeto “Caminhos de resiliência: ações políticas de pescadores/as artesanais no enfrentamento das mudanças climáticas no Território dos Inhamuns/Crateús – Ceará” busca reafirmar e visibilizar a identidade dos e das pescadoras da região. Evidenciar e reconhecer o papel da mulher dentro do universo da pesca artesanal e promover espaços de formação e discussão no intuito de suscitar e capacitar novas lideranças, em especial de jovens e mulheres.

A proposta é desenvolvida nas regiões de Crateús e Inhamuns do Estado do Ceará, localizado no nordeste do Brasil, e intervém em comunidades tradicionais de pesca artesanal em águas interiores, ou seja, água doce. As regiões envolvidas são parte da área geográfica do Semiárido Brasileiro, que atualmente sofre com o sexto ano consecutivo da pior seca em 50 anos. As reservas de água do estado vêm para apenas 6,5% da sua capacidade, e quase 75% dos municípios declararam estado de emergência.

O presente projeto propõe articular com distintos grupos de pescadores e pescadoras artesanais de outras regiões do Ceará e do Semiárido. E mais ainda, esforça-se em garantir o acesso às políticas estabelecidas e que não são acessadas devido a desinformação dos e das pescadoras. Também visa intensificar os processos de negociação política a fim de garantir a continuidade da atividade da pesca artesanal no Ceará.

006

Caminhos de Resiliência (2)

O projeto “Caminhos de resiliência: ações políticas de pescadores/as artesanais no enfrentamento das mudanças climáticas no Território dos Inhamuns/Crateús – Ceará” busca reafirmar e visibilizar a identidade dos e das pescadoras da região. Evidenciar e reconhecer o papel da mulher dentro do universo da pesca artesanal e promover espaços de formação e discussão no intuito de suscitar e capacitar novas lideranças, em especial de jovens e mulheres.

A proposta é desenvolvida nas regiões de Crateús e Inhamuns do Estado do Ceará, localizado no nordeste do Brasil, e intervém em comunidades tradicionais de pesca artesanal em águas interiores, ou seja, água doce. As regiões envolvidas são parte da área geográfica do Semiárido Brasileiro, que atualmente sofre com o sexto ano consecutivo da pior seca em 50 anos. As reservas de água do estado vêm para apenas 6,5% da sua capacidade, e quase 75% dos municípios declararam estado de emergência.

O presente projeto propõe articular com distintos grupos de pescadores e pescadoras artesanais de outras regiões do Ceará e do Semiárido. E mais ainda, esforça-se em garantir o acesso às políticas estabelecidas e que não são acessadas devido a desinformação dos e das pescadoras. Também visa intensificar os processos de negociação política a fim de garantir a continuidade da atividade da pesca artesanal no Ceará.